Diogo Evangelista
Isle, 2013
Vídeo HD, cor, som, Loop, 6’24”
Isle (2013) explora a interação entre quatro elementos visuais e sonoros: registos de pássaros do paraíso oriundos da Papua Nova Guiné, uma animação vídeo de partículas de pó, batidas binaural usadas na indução de sonhos lúcidos e um excerto de uma sessão hipnótica encontrada no youtube. O título indicia o processo aberto pelo trabalho: numa primeira instância a palavra ilha remete para um conceito geográfico correspondente a um relevo preenchido por água a toda a volta, uma imagem abstracta que fornece informações básicas sobre o seu referente. Em simultâneo, Isle também possibilita conotações paralelas e, neste caso, de forte conotação afectiva, relacionadas com situações de isolamento e paraíso, imagens unificadas em expressões como “ilha deserta” ou “paraíso perdido” e que transmitem pouco de concreto, necessitando de dinâmicas subjectivas para serem dotadas de significado.
Ao permitirem uma multiplicidade de interpretações, as imagens de pássaros do paraíso ecoam as expressões “ilha deserta” e “paraíso perdido” uma vez que o aparecimento dos animais se ficou a dever a condições únicas de isolamento que, neste caso, se tornaram sinónimo de paraíso, possibilitando o desenvolvimento da espécie. As animações de partículas de pó continuam este processo de ampliação comunicativa, retratando espaços invisíveis que diluem definições estáveis de escala, reunindo micro e macro cosmos.