Priscila Fernandes
Against the Enamel, 2014
Esculturas en hierro fundido, animación de la pantalla de vídeo, 5’42 ‘‘ bucle de LED.
Vista de la instalación en el Temple Bar Gallery, Dublín, Irlanda de febrero de 2014.
Foto Kasia Kaminsja
Em 1890, Paul Signac completou uma das mais bizarras obras neo-impressionistas – Opus 217. Against the Enamel of a Background Rhythmic with Beats and Angles, Tones, and Tints, Portrait of M. Félix Fénéon in 1890. Quando o seu amigo, galerista e ativista político, Felix Fénéon, viu a pintura na sua galeria, achou que esta lhe tinha feito um buraco na parede. A artista Priscila Fernandes (n. 1981) interessa-se na estética peculiar do neo-impressionismo e como a técnica pontilhista se inspira na ideologia anarquista da época. Em Against the Enamel, a artista coloca a pintura de Paul Signac a girar continuamente num ecrã LED.
Expostas sob os raios irradiantes desta animação em vídeo, cinco esculturas de ferro fundido apresentam-se, como se numa reverente procissão, em direção à explosão ou implosão da imagem em movimento. As formas das esculturas (inspiradas nos manuais escolares de arte do século XX) e sua materialidade (ferro fundido) revelam como a educação e o trabalho estavam intimamente relacionados. Uma época em que a produção industrial requeria exercícios destinados a criar hábitos de trabalho: esforço, paciência e perseverança. Priscila considera essa abordagem à disciplina como uma questão moral, bem como estética: a disciplina da mão que desenha, está relacionada à disciplina do corpo e à conduta moral em geral.