Maja Escher

MAJA ESCHER (1990, Santiago do Cacém) vive e trabalha entre Lisboa e o Monte Novo da Horta dos Colmeeiros.
A prática artística de Maja Escher tem uma dimensão coletiva e híbrida na qual desenhos, objetos encontrados, práticas colaborativas e métodos de trabalho de campo fazem parte do processo para desenvolver instalações site-specific e projetos de investigação.
Estabelecer uma relação com os lugares e as pessoas é essencial para o seu processo de trabalho: frequentemente os seus projetos surgem de um momento de partilha, uma conversa, uma música ou um objeto encontrado ou oferecido.
Barro, canas, corda, pedras, legumes e outros elementos encontrados ou oferecidos durante as suas pesquisa de campo são frequentemente combinados com adivinhas, ditados populares e canções, criando uma tensão entre espiritualidade e ciência, magia e tecnologia.
Na sua prática, Escher cultiva uma observação profunda de ecossistemas e conhecimentos ancestrais ligados à terra e aos seus elementos primordiais. Maja Escher nasceu e cresceu perto da barragem de Santa Clara, no sudoeste alentejano, uma região densamente povoada por monoculturas de eucalipto e com a forte presença das estufas e agricultura intensiva no Parque Natural do Sudoeste Alentejano, abastecidos por essa mesma barragem. Nos últimos anos, o nível da água da barragem baixou drasticamente, tal como a água do poço e furo do seu monte. Esta constatação e crescente preocupação com a escassez de recursos hídricos e consequente risco de desertificação do solo, levou a artista iniciar uma pesquisa sobre sobre água e chuva, procurando conectar sabedoria popular – histórias, ditados e adivinhas populares e informação científica.