João Marçal (Coruche, 1980)
Atualmente vive e trabalha em Lisboa.
O trabalho de João Marçal desenvolve-se essencialmente dentro do território da pintura.
Aparentemente abstrata, a sua obra incorpora quase sempre referências literais oriundas do quotidiano, muitas delas de carácter autobiográfico: padrões de tecidos, design de embalagens, grafismos de transportes públicos, logótipos, pormenores arquitetónicos. Na maioria dos casos, é possível identificar um universo datado das décadas de 1980 e 1990.
A autonomia das formas é contrabalançada com ligações afetivas, como dois polos que simultaneamente de atraem e repelem, como se pudéssemos falar duma espécie de Abstracionismo Sentimental ou Formalismo Nostálgico. Em cada obra, coexistem e dialogam múltiplas camadas, que podem partir de relatos de episódios pessoais, passando por reflexões mais centradas nas possibilidades técnicas e históricas do próprio medium. O(s) espaço(s) ocupado(s) pela pintura, o lugar para além da sua evidência material e limites físicos enquanto objeto, tem sido um eixo fundamental na obra recente de Marçal.
João Marçal expõe regularmente desde 2003, colaborou em mostras coletivas e desenvolveu projetos individuais para espaços independentes como: Salão Olímpico, PêSSEGOpráSEMANA, IN-TRANSIT, Laboratório das Artes, Mad Woman In The Attic, Espaço Campanhã, Espaço Avenida, Maus Hábitos, A Certain Lack of Coherence, Espaço Mira, Parkour e Sismógrafo.
Em 2005, sob o pseudónimo de Marçal dos Campos, inicia um projeto na área da produção musical, que desenvolve paralelamente à atividade como artista plástico. A partir de 2017, passa a usar pontualmente o som nalgumas das suas peças e instalações.
Participou nas residências artísticas Residency Unlimited, em Nova Iorque (2017), Résidences à i’Octroi, em Tours (2015) e Memórias Colectivas Singulares – Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012, em Guimarães (2012)